quarta-feira, 27 de abril de 2011

O ultimo humanista ou cavaleiro solitario?


No dia 19/04 ocorreu a abertura das palestras a respeito do ensaio “Do visível ao tangível. Em busca de um lugar pós-utópico”, sendo a primeira palestrante Otília Arantes (USP) seguida por Flávio Carsalade (Diretor da EAUFMG). O citado ensaio foi a tese de doutorado de Hygina.

A palestra de Otília discute sobre o universo dual Hygina entre arquitetura e filosofia, sendo que Bruzzi percorreu pelos dois cursos. A palestra também comentou sobre a vivacidade intelectual de arquiteta, em meio as suas críticas arquitetônicas. Otília também acrescentou o seu lado pessoal com Hygina, em meio aos seus encontros e desencontros.


Como estudante do primeiro período do curso de arquitetura, confesso que muito se tronou incompreensível na palestra, mas houve tópicos que se mostraram muito interessantes. Um exemplo foi a discussão sobre o conceito de lugar, em que a ausência do corpo não implica a ausência do lugar, o que invoca a discussão sobre o lugar pós-utópico e o lugar não lugar.

Apesar da complexidade do assunto, compreendi que para o arquiteto é necessário inventar o real, ou seja, buscar a utopia na realidade. Analisando mais Hygina, Otília nos pergunta: Arquiteto. O último humanista ou cavalheiro solitário?


No palácio das artes está aberta uma exposição sobre a arquiteta, que permanecerá até 08/04. Como uma das monitoras da exposição, pude observar toda a exposição. Do áudio disponível, o mais interessante é o depoimento que fala de Hygina como uma intelectual humilde, sempre engajada no âmbito artístico. A respeito da arquiteta, a exposição traz informações sobre a sua cidade natal, Ferros-MG, onde viveu até os sete anos de idade, e depois mudou-se para Belo Horizonte. Falecida em 2008, Hygina deixa para os arquitetos e para a escola de arquitetura um bonito acervo, repleto de aquarelas, plantas, versos e indagações.



A exposição é singela, e passou por muitos despercebida, mas em seu interior possui cortinas de cores que lembram aquarelas (que infelizmente deixaram um cheiro forte de plástico) e versos de Hygina colados em espelhos estratégicos, além de plantas e desenhos arquitetônicos que se misturam artisticamente em meio a fotos e aquarelas.


Fotos: Fernanda Maciel

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