sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Antes "Praça do Poder", agora "Praça do Povo"



A praça da Liberdade sofrerá mudanças , a proposta da criação do Circuito Cultural da Praça da Liberdade vigora. As Secretarias do Estado foram todas transferidas para o novo centro administrativo do Estado em um projeto arquitetônico proposto por Oscar Niemeyer, entregue em dezembro de 2009.
O projeto propõem fazer da Praça da Liberdade mais do que um espaço para o lazer, mas que possibilitará o acesso à cultura em suas diversas formas. Sendo apontado o empreendimento como um grande avanço para o estado. Além disso, há outro aspecto que será evidenciado com a implantação do Circuito: o incremento do turismo no local, que reforçaria a função turística da Praça da Liberdade, que até o momento é muito menos evidente do que o papel de espaço de lazer para a população local.
Assim, se a Praça da Liberdade de fato funcionar como um espaço cultural e turístico, algumas alterações no meio terão de ser repensadas no futuro, como a implantação sistêmica dos elementos da rota acessível e a existência de equipamentos e serviços para dar suporte às atividades desempenhadas no local. Nesse caso, as ruas laterais onde se encontram as atuais secretarias deveriam dar prioridade à travessia de pedestres, sendo que a forma mais acertada de se garantir esse direito de trânsito de pedestres com segurança, seria a extensão do perímetro da Praça da Liberdade (que cedeu esse espaço às ruas do entorno em 1963) nivelando o espaço desde a Praça até as secretarias, para que sejam usadas somente por pedestres e não por veículos automotores. Além disso, será necessária a adequação das condições de acessibilidade para as edificações ao lado e nas proximidades da Praça com o intuito de garantirem serviços como lanchonete, estacionamento, instalações sanitárias e serviço bancário.

Ao saber do novo projeto cultural implantado pelo ex governador fiquei muito entusiasmada.Mas ao analisar a fundo,a coisa não é tão legal assim. A mudança drástica de um centro social e urbano como a praça da liberdade com certeza não é uma coisa tão simples. A finalidade da praça como um local de lazer imparcial, neutro, muda de cara e se torna um mero “Centro Cultural” banalizando sua importância e significado histórico e simbólico, o que comprometerá toda vitalidade e espontaneidade que se verificam ali. As novas propostas de uso desvirtuam o passado histórico, criando um novo sentimento, mais objetivo, excluindo a expressão simbólica e efetiva dessas construções.

Um aspecto arquitetônico é a utilização do prédios tombados que terão de se adequar as normas exigidas atualmente, para uma maior visitação das pessoas, e uma mais ampla utilização do espaço. Os arquitetos que tiveram a tarefa de intervir na Praça da Liberdade, perderam a oportunidade de seguir o exemplo do arquiteto Lúcio Costa, que mudou a arquitetura e o urbanismo brasileiros. Autor de obras-primas da arquitetura e do urbanismo modernos, como o projeto do Ministério da Educação e Saúde e do Parque Guinle no Rio de Janeiro, e ainda do Plano Piloto de Brasília, ele tinha discernimento e sabedoria ao tratar de patrimônio tombado, que se expressam em sua famosa frase: em Ouro Preto, menos é mais. Perderam também a oportunidade de executar projetos de qualidade que pudessem servir de modelo para outras intervenções em bens culturais, influenciando de forma positiva as futuras gerações de arquitetos.
É visível o otimismo da população, já que não há a explicação do projeto em si. Dizem as mas línguas que tudo foi uma jogada política. Porém o projeto não deixa de ser interessante a população que necessita de investimentos na área cultural, muito precária em Belo horizonte. Esperaremos a finalização dessa mudança na história da Savassi, que vem mudando não so na praça mas também seu centro. De fato tudo mudará! Não sabemos se será benéfica, mas pelo menos não estamos parados, a revitalização da Savassi a deixará de cara nova, e quem não gosta de se sentir diferente, mais moderno?

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