sexta-feira, 30 de setembro de 2011

O espaço vazio entre as coisas



Criar novas possibilidades de utilização de certo objeto ou espaço faz com que estes se tornem muitas vezes mais úteis e aplicáveis. No entanto, para que isso ocorra é preciso ir além do óbvio, isto é, imaginar novas formas de uso para estes objetos/espaços tradicionais. Alguns conceitos podem ser tão rígidos que impedem que as pessoas percebam isso.

Segundo Herman Hertzberger, em sua obra Lições de Arquitetura (1990) “devemos ter cuidado para não deixar buracos e cantos perdidos e sem utilidade, e que, como não servem para nenhum objetivo, são “inabitáveis”. Um arquiteto não deve desperdiçar espaço ao organizar seu material, pelo contrário, deve acrescentar espaço, e não só nos lugares óbvios que chamam a atenção de qualquer maneira, mas também em lugares que em geral não despertam atenção, i.e., entre as coisas.”

Segundo Heidegger (apud Malard, 1993, p.360) “habitar é cuidar, portanto é um processo sem fim de construir, arranjar, modificar, cuidar e embelezar os lugares”. “Nesse processo, o homem se apropria dos espaços humanizando-os, modificando-os para dotá-los de sua própria natureza.” (Malard op. cit)

Como futuros arquitetos, devemos estar atentos a isso, uma vez que muitas vezes os espaços projetados por nós são utilizados de forma completamente diferente que imaginamos. Por isso, é importante uma certa informalidade para que a pessoa sinta-se a vontade para modificar um espaço quando quiser. A partir disso criam-se diversas formas de utilizar o espaço, bem como torna-lo útil. Para exemplificar, utilizei os espaços vazios residenciais, como escadas, closet e camas.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HERTZBERGER, H. Lições de Arquitetura. São Paulo, Editora Martins Fontes, 1999, p. 186.

MALARD, M. L. Os Objetos do Quotidiano e a Ambiência, Anais do 2º Encontro de Conforto no Ambiente Construído, Florianópolis, 1993, p. 360.

CÍRICO, L. A. Por Dentro do Espaço Habitável: Uma Avaliação Ergonômica de Apartamentos e seus Reflexos nos Usuário. Florianópolis, 2001. Disponível em: http://www.fag.edu.br/graduacao/arquitetura/editoral/dcirico.pdf. Acesso em 21 de setembro de 2011.

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