sexta-feira, 29 de abril de 2011

Até de baixo d'agua

Poseidon Undersea Resort


O Poseidon Undersea Resort, idealizado pelo engenheiro Bruce Jones, localiza-se nas Ilhas Fiji e foi o primeiro hotel a ser construido em baixo d'agua.

Projetado pelos diretores e engenheiros do U.S. Submarines, Inc. o Resort é constituido por 24 suites de 51 metros quadrados cada, e uma suite de luxo, Nautilus Suite. Feito basicamente de aço e acrilico, materiais usados em submarinos. Os quartos possuem 70% de áreas transparentes, desse modo dissipam qualquer sensação de claustrofobia e proporcionam uma vista maravilhosa do lado de fora, ja que esta situado em águas cristalinas.

Hoje ja existem outros hoteis submarinos como é o caso do Hydropolis, localizado em Dubai, porém esse teve um custo de construção altissimo, cerca de 1,5 bilhões de dólares, e pelo fato do Poseidon poder ser construido mais perto da costa fez com que seu custo de construção caisse consideravelmente. Mas o preço para se hospedar nao é nada barato, para um casal ficar 7 dias rodeado por vida marinha é necessario 30 mil dolares- cerca de 50 mil reais.


Hydropolis, Dubai


Poseidon oferece varios serviços no seu interior são seis restaurantes, no qual um deles faz um giro de 360 graus a cada 40 minutos, sete bares ,e também oferece passeios subaquaticos.

Tudo isso a 12 metros a baixo do nivel do mar.


http://www.poseidonresorts.com/poseidon_main.html

The King of Pop

Em dia de casamento real, nada melhor do que falar sobre uma realeza popular: Andy Warhol, Rei do Pop (Art). Não só Rei, como concebidor deste estilo de arte, Warhol o experimentou em diversas facetas como

cinema, fotografia, pintura, publicidade, quadrinhos, vídeo e televisão adiquirindo sucesso indiscutível. Seus trabalhos estão em exposição no Espaço OI Futuro de Belo Horizonte.


Nos anos 50, Warhol já era reconhecido como um dos maiores ilustradores e ganhou vários prêmios por seus trabalhos. Mas foi só em 1961 que Warhol fez sua primeira imagem no estilo pop e causou uma sensação no mundo artístico. Ele começou a usar tintas acrílicas e cores fortes para representar seus trabalhos mais populares: temas do cotidiano e rostos famosos em série.


Porém se você espera chegar ao OI Futuro e se deparar com a Marilyn Monroe pode se surpreender, como foi o meu caso. A exposição dá enfase à fase menos conhecida de Andy Warhol, porém não menos impressionante quanto suas ilustracões, a televisão.


O espaço da mostra é composto por corredores negros providos de várias televisões e algumas poltronas em cores vivas, formando quase um labirinto. Os programas transmitidos variam entre entrevistas, depoimentos, novelas e propagandas. Entre eles se encontram uma presença que Warhol fez em Saturday Night Live, "Fashion" - um talk show seu dedicado à moda- e" Ändy Warhol fifiteen minutes", que retoma sua frase ilustre: "In the future, everyone will be famous for fifteen minutes."("No futuro, todos serão célebres durante 15 minutos").


Sua paixão por televisão, a mídia mais popular dos Estados Unidos, se mostra de maneira muito clara nesta exposição. "Sempre suspeitei que estava assistindo televisãoao ao invés de viver a minha vida"- Andy Warhol.







Warhol TV

De 14 de abril a 12 de junho

De terça a sábado, das 11h às 21h, domingo, das 11h às 19h

Galeria OI Futuro BH: Av. Afonso Pena 4001, Mangabeiras

Entrada Franca

Classificação Livre

quarta-feira, 27 de abril de 2011

A resistência do tátil

    Na segunda-feira, 11 de abril, foi apresentada uma palestra em homenagem à grande arquiteta Hygina Bruzzi no auditório da Escola de Arquitetura da UFMG.

    O evento teve grande resposta do público, que compareceu em massa, ocupando todos os assentos do auditório e mais. Na ocasião, a palestrante Otília Arantes, que é professora de Estética no Departamento de Filosofia da FFLCH da USP, se emocionou ao falar da ex aluna.

    O objetivo da palestra era realizar uma leitura aberta sobre o ensaio "Do visível ao tangível em busca de um lugar pós-utópico". Otília iniciou a palestra contando como era sua relação com Hygina, "cheia de encontros e desencontros", elas ficaram mais intimas devido à insistência por parte de Hygina em ter Otília como orientadora de doutorado. Otília que já havia se aposentado, de inicio recusara o pedido, mas acabou cedendo e fez parte da história dessa renomada arquiteta.

    Durante a elaboração da tese de doutorado, Hygina foi para França através de uma bolsa sanduiche.Quando retornou, não estava mais tão disposta a concluir a obra, mas novamente por insistência, desta vez por parte de Otília, Hygina concluiu sua tese e tirou nota máxima.

    Hygina Bruzzi formou-se em Arquitetura e Filosofia. Portanto em seu ensaio há uma mescla entre as duas áreas. Em meio a sua reflexão sobre o lugar não-lugar, e a busca por um lugar pós-utópico, Hygina critica pensadores como Barragan, Aristóteles e Frampton. Além de filósofa e arquiteta, Bruzzi também atuava como artista plástica e escritora, demonstrando que seu talento se destaca em várias áreas.

    Apesar da ótima produção do evento, para os alunos de primeiro período, certas questões não ficaram muito claras, gerando dúvidas e consequentemente interesse e curiosidade no assunto.

    Além da palestra, também está acontecendo uma exposição sobre Hygina no Palácio das Artes. Vale a pena conferir.

 Fotos: Fernanda Maciel

O ultimo humanista ou cavaleiro solitario?


No dia 19/04 ocorreu a abertura das palestras a respeito do ensaio “Do visível ao tangível. Em busca de um lugar pós-utópico”, sendo a primeira palestrante Otília Arantes (USP) seguida por Flávio Carsalade (Diretor da EAUFMG). O citado ensaio foi a tese de doutorado de Hygina.

A palestra de Otília discute sobre o universo dual Hygina entre arquitetura e filosofia, sendo que Bruzzi percorreu pelos dois cursos. A palestra também comentou sobre a vivacidade intelectual de arquiteta, em meio as suas críticas arquitetônicas. Otília também acrescentou o seu lado pessoal com Hygina, em meio aos seus encontros e desencontros.


Como estudante do primeiro período do curso de arquitetura, confesso que muito se tronou incompreensível na palestra, mas houve tópicos que se mostraram muito interessantes. Um exemplo foi a discussão sobre o conceito de lugar, em que a ausência do corpo não implica a ausência do lugar, o que invoca a discussão sobre o lugar pós-utópico e o lugar não lugar.

Apesar da complexidade do assunto, compreendi que para o arquiteto é necessário inventar o real, ou seja, buscar a utopia na realidade. Analisando mais Hygina, Otília nos pergunta: Arquiteto. O último humanista ou cavalheiro solitário?


No palácio das artes está aberta uma exposição sobre a arquiteta, que permanecerá até 08/04. Como uma das monitoras da exposição, pude observar toda a exposição. Do áudio disponível, o mais interessante é o depoimento que fala de Hygina como uma intelectual humilde, sempre engajada no âmbito artístico. A respeito da arquiteta, a exposição traz informações sobre a sua cidade natal, Ferros-MG, onde viveu até os sete anos de idade, e depois mudou-se para Belo Horizonte. Falecida em 2008, Hygina deixa para os arquitetos e para a escola de arquitetura um bonito acervo, repleto de aquarelas, plantas, versos e indagações.



A exposição é singela, e passou por muitos despercebida, mas em seu interior possui cortinas de cores que lembram aquarelas (que infelizmente deixaram um cheiro forte de plástico) e versos de Hygina colados em espelhos estratégicos, além de plantas e desenhos arquitetônicos que se misturam artisticamente em meio a fotos e aquarelas.


Fotos: Fernanda Maciel

Palestra sobre Hygina Moreira Bruzzi


No dia 11 de abril assistimos a uma palestra que abriu uma semana de homenagens póstumas à professora, artista plástica, arquiteta teórica formada pela Escola de Arquitetura da UFMG.

Com o anfiteatro lotado, Otília Beatriz Fiori Arantes (professora de Estética no Departamento de Filosofia da FFLCH e a área de pós-graduação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP) contou, claramente emocionada, como conheceu Hygina e como se tornaram amigas.

A palestra em si, sob as lentes de um recém chegado à faculdade de arquitetura, foi bem difícil devido a alta complexidade do tema.

Hygina nasceu no interior de minas e ainda se criança se mudou para a capital mineira. Mestre e doutora em filosofia, com passagens pela Universidade de São Paulo – USP e pela Université de Picardile Jules Verne, na França. Contribuiu de forma singular para o desenvolvimento da arquitetura, posto que foi uma das poucas teóricas que se aprofundaram no tema com um olhar filosófico no Brasil.

Em seu Trabalho como teórica, Hygina aborda temas como o “lugar”: segundo a autora lugar é algo que se instala no pré-local, o lugar comum é de alguma forma diferente do lugar próprio e este é indivisível do corpo, daí a morfogênese do objeto arquitetônico ou não.

Suas principais obras, como escritora, são: “A Cultura do Simulacro” – dissertação de mestrado em Filosofia Contemporânea, um livro pioneiro no mundo, publicado em 1988, sobre a obra do pensador Francês Jean Baudrillard; “Do Visível ao Tangível: em busca de um lugar pós-utópico” – tese de doutoramento em Estética da Arquitetura. Publicado em 2001 e com o prefacio da palestrante que também foi sua coordenadora de doutorado, o livro consolidou sua carreira como filosofa e teórica da arquitetura contemporânea.

Quem quiser conhecer melhor o trabalho de Hygina vale à pena visitar a sala que leva seu nome no Palácio das Artes, que faz parte da EA80 que vai ficar lá até dia 08 de maio. Esta parte da exposição conta com depoimentos da autora, além de poemas, aquarelas, projetos e fotos.

Integra do prefácio de “Visível ao Tangível,Do: em busca de um lugar pós-utópico”( BH, C/Arte, de Otília Beatriz Fiori Arantes. http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/01.002/3249

Algumas referências:

http://www.fcs.mg.gov.br/popups/default.aspx?idpopup=2295

http://iab-mg.blogspot.com/2011/04/80-anos-escola-de-arquitetura-da-ufmg.html

http://mixsordia.com/semana/?p=7236

http://www.arte.abstrata.nom.br/arqfresumo.html

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-512X2005000200022&script=sci_arttext

http://simoneborgesfilosofia.blogspot.com/ (em espanhol)

Exposição 80 anos Escola de Arquitetura UFMG: Lembranças do passado, visão do futuro

Como parte das varias comemorações dos 80 anos da Escola de Arquitetura da UFMG, o Palácio das Artes exibe uma exposição sobre a Escola, que consiste em vários ambientes, cada um com uma abordagem diferente.

Três destes ambientes exibem projetos feitos por alunos da EAUFMG, coordenados por professores, feitos para uma campanha chamada Idéias para BH. Os projetos são exibidos por meio de fotos, maquetes, vídeos e exemplares, como o projeto campeão da campanha feito para o Aglomerado da Serra, que é exibido por meio de maquetes. Outra ideia foi feita por 5 alunas para reutilização da água das chuvas mostrada atraves de uma miniatura, o mais interessante chamado Prótese Urbana, alem de outros projetos da campanha.

O projeto Prótese Urbana é o mais interessante porque tem o intuito de interagir habitantes com o ambiente onde a prótese se encontra. Ele foi desenvolvido para criar uma fusão entre o ‘circuito superior’ que aborda a relação entre a cidade com o exterior e o ‘circuito inferior’ que inclui atividades de pequenas dimensões na cidade. Logo, após estudar os interesses destes dois circuitos se tem a Prótese Urbana que acolhe e incentiva de modo igualitário todos os grupos socias.

Alem dos trabalhos dos alunos, tem na exposição fotos de alguns edifícios projetados por arquitetos ex-alunos e mestres da escola, e também os edifícios onde a escola já atuou. A maioria das fotos são muito conhecidas, pois mostram edifícios que se encontram, na sua grande maioria, no centro da cidade. A foto de cada edificio é acompanhada por um folder auto explicativo, onde cita o arquiteto e uma breve historia do projeto.

Em um outro espaço do Palacio das Artes esta uma sala dedicada à ex-professora Hygina Bruzzi, muito conhecida por sua critica à arquitetura e filosofia, alem de ser muito criativa por apresentar uma maneira peculiar de usar a aquarela, que é percebida em suas obras expostas. Na sala da arquiteta tambem estao frases e poemas feitos por ela que chegam a provocar sensacoes graças ao efeito visual causado pelas imensas lonas coloridas dispostas nas janelas, o som de vozes que ecoam pela sala e o calor provocado pela falta de ar condicionado.

Lembranças do passado, visão do Futuro







Está ocorrendo no Palácio das Artes, organizado pela EA UFMG e apoiado pela Fundação Clóvis Salgado, a mostra 80 anos da Escola de Arquitetura da UFMG, sendo publicados simultâneamente em comemoração os livros:
-"Escola de Arquitetura da UFMG, lembranças do passado, visão do futuro";

-"Uma escola Moderna (eletrônico)";

-"Paisagem Cultural e Sustentabilidade (eletrônico)".


Na mostra pode-se conhecer um pouco mais da história da AE UFMG, seus fundadores, principais personalidades e uma exposição com fotos e descritiva dos principais edifícios que foram projetados pelos professores da escola e que fazem parte do cenário urbano da capital mineira com estilos que vão do ecletismo ao contemporâneo. Ainda no mesmo espaço são apresentados alguns dos projetos de pesquisa e intervenção urbana dos alunos da EA UFMG.
A mostra vai até o dia 08/05/11 e vale a pena conferir.
Sobre a mostra

Achei muito interessante os "books" com recortes de notícias sobre os profissionais que fizeram parte da história da EA UFMG.Um recorte que me chamou muito a atenção , devido ao fato de compartilhar da mesma opinião, estava intitulado "Função da Arte na Universidade" do professor Sílvio de Vasconcellos , então diretor da UMG , em palestra no I festival da Arte da Universidade de Juíz de Fora em 26/10/1963, na qual o professor disserta sobre o Universalismo da Arte e a riqueza de conhecimentos e sensibilidade que esta tem a acrescentar na formação dos profissionais , além de fazer um paralelo sobre os perigos das tendências especializadoras em vista da necessidade de se harmonizar a emoção da estética com as ciências e técnicas.

Também achei muito válido conhecer um pouco sobre os principais profissionais da escola e suas obras como Raffaello Berti, Sílvio de Vasconcellos,Raphael Hardy e Hygina Bruzzi .

Dos três estilos predominantes na exposição (Ecletismo, Art Déco e Modernismo) o que mai me impressionou foi a mescla Art Déco e Modernismo, pois aborda elementos tanto estéticos quanto urbanistas, incorporando beleza e funcionalidade.Identifico estes estilos como os que mais acontecem na paisagem urbana de Belo Horizonte e de muitas outras grandes cidades brasileiras por onde passei, apresentando-se ora juntos em uma mesma obra , ora únicos como estilos característicos de uma época. Já tive a oprtunidade de conhecer alguns dos edifícios apresentados como o Acaiaca, Walmap, Santa Casa De Misericórdia de BH e Condomínio Pilar , chegando a me hospedar durante uma semana no apto de minha irmã no Condomínio Solar , na rua João Pinheiro.

O projeto "Diálogos", sobre intervenção de equipe de alunos e professor junto a favelas e comunidades carentes me mostrou como se pode promover a "Mediação da Informação". A experiência prática como engº civil , fez-me concordar com a necessidade da "desconstrução das Hierarquias "existentes entre o conhecimento científico-acadêmico e o conhecimento dos moradores inseridos na comunidade em questão.Tal procedimento, a meu entender, é uma forma bastante eficiente de intercâmbio de informações entre as interfaces Academia/município/comunidade , muito a acrescentar na formação dos futuros profissionais e apresentação de soluções efetivas para problemas urbanos nas comunidades.

O projeto de intervenção urbana "Módulo Mínimo de Permanência" me fez refletir sobre os principais problemas que assolam as grandes cidades hoje em dia como o movimento pendular (trabalho-casa) ,um dos vilões do trânsito ; a questão da qualidade de vida na moradia, uma vez que me questiono sobre a forma "sofrida " e desnecessária(ou será necessária?) com que muitas pessoas se deslocam todos os dias do trabalho para as suas moradias e se, ao chegarem em casa, continuam "sofrendo", também devido a questões urbanísticas.

Um ponto negativo da mostra é a falta de mais elementos de projeto como maquetes e desenhos gráficos num espaço um pouco maior.

Fonte: post, sites http://www.fcs.mg.gov.br/ e http://www.arquitetura.ufmg.br/










terça-feira, 26 de abril de 2011

Partes expostas

“Em 1930, um grupo de idealistas se reuniu e decidiu fundar uma Escola de Arquitetura em Belo Horizonte. Nascia assim o primeiro curso autônomo de Arquitetura em nosso país, desvinculado das Escolas de Belas Artes ou de Engenharia.” (site oficial da Escola de Arquitetura da UFMG). 80 anos se foram, saiu Vargas, entrou Vargas, 2ª Guerra Mundial, veio Brasília, a ditadura militar, o milagre econômico, a queda do Muro de Berlim, a potência hegemônica, o 11 de setembro, a internet... É muito e, sem dúvida, a arquitetura participou disso.

A exposição "Escola de Arquitetura da UFMG: lembrança do passado, visão do futuro" não deu a importância que todo esse “tempo” merecia. Sobre o passado, privilegiou as construções belorizontinas realizadas durante esse período, quase todas (ou talvez todas) de estilo art déco ou modernista, mostradas por meio de panfletos explicativos expostos em mesas desde a entrada até o centro. Sobre o futuro, preferiu abstrações a soluções, arte a arquitetura, mostradas por instalações localizadas na periferia da galeria.

Faltou ser evidenciada a intervenção do Estado, das relações de poder e das relações sociais de maneira geral na distribuição do espaço, na estética predominante, na escolha dos materiais e dos “lugares”. Não foi mostrada a evolução do pensamento arquitetônico e urbanístico, as intervenções “na” e “da” Escola de Arquitetura. Os fatos vieram soltos, assim como quem analisa um prédio sem vislumbrar seu entorno.

Sobre a apresentação das construções, louvável, contudo, a possibilidade de serem levados os panfletos como lembrança (muito melhor que aqueles enfadonhos papeizinhos entregues logo na entrada e que costumam ir depois para a lata de lixo). Mesmo algumas instalações propuseram intervenções urbanísticas: pena que o recurso estético, sobrevalorizado, não foi suficiente à argumentação.

Interessante na exposição, também, foi uma abertura, ainda que discreta, à participação dos visitantes. A parede na qual todos podem deixar mensagens com os “desejos” para Belo Horizonte é de leitura obrigatória (no mínimo você vai rir, e muito!). Lamentável o fato de que o papel para anotações havia acabado dias atrás e não tinha sido reposto (melhor seria se fosse reservado um espaço para pichadores...).

Ao final da exposição, que colocou fotografias de construções de concreto e vidro de um lado, e ideias abstratas e outras sem muita fundamentação prática de outro, têm-se a sensação de que o desejo de 80 anos atrás de desvincular-se da Engenharia e da Belas Artes ainda não se completou. E creio que nem deveria. O problema é quando se vaga pelos dois extremos, como parece ainda ocorrer, sem se encontrar no centro, que talvez seja o lugar da Arquitetura e Urbanismo - ciência social aplicada.

"Parede dos desejos":

Numa cidade onde a faixa de pedestre é dos carros, é sempre bom especificar...


Está em voga.


Pirou! (foto tirada por celular: ampliar para melhor leitura)


Sobre a “Sala Especial Arquiteta Hygina Bruzzi”, relato minha dificuldade em acompanhar sua vida por meio da exposição. Uma constante fala acerca da arquiteta em alto-falantes soa mais como um ruído que vem da rua. A forma de apresentação ao público é excludente e, creio eu, passível de compreensão apenas para um grupo seleto. Abaixo, parte do texto de apresentação que, confesso, entendi bulhufas:


Para mim, fica a Hygina poeta e a lembrança de um de seus versos: “A saudade é a presença amorosa da ausência.”


Exposição 80 Anos da Escola de Arquitetura da UFMG
Data: 08 de abril a 08 de maio
Horário: terça-feira a sábado de 9h às 21h; domingo de 16h às 21h
Local: Palácio das Artes - Espaço Mari'Stella Tristão e Galeria Anexa (ao lado da Galeria Alberto da Veiga Guignard)
Entrada franca
Informações: (31) 3236-7400

Wave Ufo por Mariko Mori


Inicialmente, Wave Ufo pode te intimidar pelo tamanho e abordagem futurística, mas as sensações geradas pela exposição são muito mais impressionantes. Após enfrentar a fila de 20 minutos para cada trio de pessoas, você é encorajado a colocar apetrechos tecnológicos que irão te ‘conectar’ a nave.

Equipado e informado através de panfletos, você agora deve entrar na nave pela escada, acompanhado de mais duas pessoas. No interior da nave, este grupo interage entre si, confortavelmente reclinado em uma superfície que se assemelha a um gel, tendo suas sensações representadas no teto do interior da nave por meio de ondas, cores e formas.

O máximo da experiência é conciliar as ondas cerebrais dos três visitantes, ou perceber através das representações o que há na mente de cada um.


Essa é a premissa de uma entre as dez obras da exposição de Mariko Mori, artista contemporânea japonesa que traz sua exposição ao Brasil pela primeira vez. Minha visita a suas obras ocorreu no CCBB de Brasília, mas a exposição também passou pelo Rio de Janeiro e São Paulo.



“A exposição tem dez obras, que revelam o mundo
imagético(que se exprime por imagens) de Mori, que utiliza o design e a arte de vanguarda para compor elementos de engenharia de ponta, interativos e de forte impacto. A artista inspira-se no conceito budista de que todas as coisas do universo estão conectadas, se valendo da recontextualização de figuras do passado, mesclando temas aparentemente opostos como religião e ciência, natureza e cultura, passado e futuro.

Fonte





A experiência é realmente interativa e única, e através dos outros trabalhos de Mariko Mori, podemos compreender sua expressão artística e mensagens transmitidas pela obras. Wave Ufo mescla computação gráfica, engenharia arquitetônica e composição artística a fim de obter uma obra interativa.

Em todos seus trabalhos a artista propõe a presença da tecnologia, inclusive em suas aquarelas e vídeos. Vivendo atualmente em Nova York, Mariko Mori é uma artista de reconhecimento internacional, com trabalhos expostos em Guggenheim (NY), MoMA (NY), Centro Georges Pompidou (Paris) e outros.

Outras obras e mais informações sobre Mariko Mori podem ser visualizadas aqui e aqui.

domingo, 24 de abril de 2011

Lixo Extraordinário



Esse documentário retrata o trabalho de Vik Muniz, artista plástico brasileiro, com catadores de materiais recicláveis no maior aterro sanitário do mundo, localizado no Jardim Gramacho, bairro da periferia de Duque de Caxias. Vik Muniz é radicado e trabalha em NY. Suas obras são construídas com materiais alternativos, geralmente são interpretações de outros artistas. Dois bons exemplos são suas réplicas da Mona Lisa, uma feita com geléia e outra com manteiga de amendoin. Vik tenta trazer uma nova visão sobre obras já conhecidas e de materiais cotidianos. Em "Lixo Extraordinário" a ideia central do filme é demonstrar que a arte pode modificar a interpretação da realidade, dar um senso crítico mais apurado ao sujeito. Dessa forma, possibilita mudanças no comportamento desses indivíduos frente aos contratempos que a vida lhe proporciona. O documentário focou em sete trabalhadores locais. Tudo foi fruto da convivência de Vik e da rotina dessas pessoas. O artista conheceu o lado humano por detrás da paisagem grotesca do lixão. Em um primeiro momento o pensamento de toda a produção era de que os trabalhadores de Gramacho eram infelizes, subprodutos de uma sociedade de terceiro mundo, homens que aceitaram o seu destino miserável. No entanto a realidade não era bem assim, a humanidade, os sorrisos e a vontade de viver daquelas pessoas levaram os produtores a mudarem de opinião. Fotografias de cenas pitorescas com essas personagens foram tiradas e transformadas em imensos painéis de material retirado do próprio lixo. Tudo isso com a colaboração da comunidade. O trabalho de criação, tanto manual, quanto intelectual e o fato do artista se colocar em segundo plano, dando notoriedade e direito de autoria aos catadores, elevou o ego desses trabalhadores. Através dessa obra houve um ganho pessoal para cada uma das partes envolvidas, uma nova forma de interpretar a vida e o próprio papel dessas personagens no mundo. Diante disso, elas não queriam mais voltar ao estado em que o artista tinha encontrado todas elas. Daí a grande questão do documentário, essas pessoas realmente eram felizes como pareciam ser no início da convivência? Talvez só tinham sido engolidas pelo sistema, incapazes de refletir sobre o estado em que se encontravam. Há também a reflexão sobre o próprio trabalho realizado com os catadores, pois houve uma mobilização muito grande das personagens e um apego emocional muito forte. Vik e sua equipe pensaram em termos humanísticos e na própria ética da metodologia aplicada. Apesar de opiniões diferentes entre os seus colaboradores, Vik não se sente incomodado com o fato de ter transformado por um tempo (apenas?) a vida dessas pessoas e depois do trabalho ter partido, sem dar (?) assistência para que os catadores saíssem da vida de miséria para os prazeres e o outro estilo de se pensar a existência humana na qual a própria arte dos frequentadores do lixão produziram. É preciso salientar que houve desvio de lucros das obras de Vik para as personagens, o que tirou boa parte delas das ligações que possuíam com o aterro. Entretanto, até que ponto eles foram beneficiados com essa ajuda? E Vik, quanto lucrou com tudo isso? São especulações que devemos fazer.




FICHA TÉCNICA
Direção: Lucy Wal
ker,
Codireção: João Jardim, Karen Harley
Produção: Angus A ynsley, Hank Levine
Coprodução: Peter M
a rtin
Produção Executiv
a: Fernando Meirelles, Miel de Botton Aynsley, Andrea Barata Ribeiro, Jackie de Botton
Música: Moby
Edição: Pedro Kos
Direção de Fotografia: Dudu Miranda
Codireção de Fotografia: He loisa Passos, Aaron Phillips
Mixagem de Som: Aloysio Compasso,
José Lozeiro
Duração: 99 minutos
Formato: RAIN
Som: Dolby Digital 5.1
Janela: 1:85



"Algumas premiações:

* Recebeu em 30 de janeiro de 2010 o pr
êmio do público de melhor documentário internacional no Festival de Sundance.
* Recebeu em 20 de fevereiro de 2010 os prêmios da Anistia Internacional e do público na mostra Panorama do Festival de Berlim.
* Em 25 de janeiro de 2011, recebeu a indicação para o Oscar de melhor documentário." Fonte: pt.wikipedia.org



Nota:
Recomendo que todos assistam. Como arquitetos, podemos atingir muitas vidas através de intervenções no espaço. Nossas obras, assim como as de Vik,
podem levar as pessoas ao questionamento e a mudanças de comportamento em relação ao meio e ao sistema de dominação em que vivem.

Fontes Externas:

http://www.lixoextraordinario.net/

sábado, 23 de abril de 2011

Toothpick City - Arte com palitos

http://www.iamfatterthanyou.com/blog/wp-content/uploads/2010/03/toothpick-city_1479831i.jpg

Stan Munro é um ex-apresentador de TV de 41 anos, nascido em Rochester – NY, que desde criança possui o hábito de criar esculturas utilizando palitos de dente e cola. Tudo começou quando sua professora pediu para a turma construir um suporte pra um ovo, somente com palitos. Desde então, este é o seu hobby. Durante a faculdade, Stan fazia projetos pequenos e os dava de presente à amigos.

Em 2003, ele iniciou o seu primeiro grande projeto, que levou 6 anos para ser concluído: “Toothpick City I - História do arranha-céus”, um conjunto com mais de 50 réplicas em escala 1:164, como o Chrysler Building, em Nova York, Al Burj Arub Hotel em Dubai e a Torre Eiffel, em Paris, onde foram usados mais de 2 milhões de palitos e 170 litros de cola, exposta permanentemente em Mallorca, Espanha.

Atualmente, Stan está concluindo a “Toothpick City II – Templos e Torres” que será composta por mais de 40 edifícios religiosos e principais torres do mundo, com as mesmas características da cidade anterior. Quando concluída, será a maior estrutura de palitos de dente do mundo, com aproximadamente 4 milhões de palitos. Outro record também será batido: a peça central, torre Burj Khalifa, terá 19 metros de altura e será a mais alta estrutura feita com palitos de dente. Stan se preocupou em garantir que todas as religiões fossem representadas, em obras como a Grande Mesquita de Meca, o Vaticano, A Mesquita Azul, Wat Arun e a de Notre Dame, dentre outras.

Assim como Peter Callesen, com suas esculturas de papel, Stan Munro, na minha opinião, inova ao utilizar ferramentas tão simples e construir um trabalho tão belo. Ambos foram capazes de transmitir a importância desses materiais, as vezes esquecida, e além disso, induzem a uma reflexão sobre as diversas utilidades de um simples papel A4 e palitos de dente, por exemplo, e a dica que eles deixam é: explore o que já existe e inove a sua obra, faça dela única.

Para mais informações, visite o Site de Stan Munro: www.toothpickcity.com

http://hotimg23.fotki.com/a/95_141/231_129/rw15.jpg

http://hotimg23.fotki.com/a/95_141/231_129/rw3.jpghttp://img.thesun.co.uk/multimedia/archive/01019/SNN0626AA-280_1019039a.jpg

Fontes: www.toothpickcity.com/, http://www.worldarchitecturenews.com/index.php?fuseaction=wanappln.projectview&upload_id=13783, http://internetparatodos.blogs.sapo.pt/520330.html

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Para todos os corações



“Tudo no mundo começou com um sim” (Clarice Lispector), mas ao mundo nós viemos com um não. Este é o tema de Contracorrente (Contracorriente, no original), um filme que trata de “nãos”, “rupturas” e “sins”.
Miguel é casado com Mariela e ambos estão prestes a ter um filho num vilarejo peruano de pescadores. Santiago é um fotógrafo e pintor que se mudou para a vila e que desperta a curiosidade dos moradores locais.
Aparências, repreensões e tradições fazem parte do cotidiano deste lugarejo onde a vida de cada habitante já nasceu traçada: nascer, crescer, casar, ter filhos e morrer. Depois da morte, ter sua alma encaminhada pelo irmão ou quem quer que tenha “alma pura”.
Nesse mundo de “nãos”, Miguel e Santiago mantêm um relacionamento secreto. Ao contrário de Santiago, Miguel, preocupado com sua reputação, com sua esposa e seu filho, não aceita tranquilamente o amor que um sente pelo outro.
Mesmo depois da morte, Santiago (que havia sido levado pela correnteza do mar) continua se encontrando com Miguel, o único que o pode ver. Este recebeu daquele a missão de encontrar e despachar seu corpo para que possa descansar em paz. Enquanto isso, Miguel, longe dos olhos inaptos dos demais moradores, sente-se mais livre pra expressar seu sentimento.
Lindamente fotografado e com ótima trilha, Contracorrente é sobretudo uma história de amor. Amor vivido pelos três protagonistas e contado visceralmente pelos ótimos atores. Todo o enredo, mas especialmente o final da história, que é de arrancar soluços, honra o nome que lhe foi dado.





Informações Técnicas (retiradas daqui)
Título no Brasil: Contracorrente
Título Original: Contracorriente
País de Origem: Peru / Colômbia / França / Alemanha
Gênero: Drama
Classificação etária: 14 anos
Tempo de Duração: 100 minutos
Ano de Lançamento: 2009
Estréia no Brasil: 08/04/2011
Site Oficial:
Estúdio/Distrib.:
Direção: Javier Fuentes-León

Em BH: USIMINAS Belas Artes Cinema
R. Gonçalves Dias, 1581.
15:00h; 17:00h; 19:00h; 21:00h.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais


Foi realizado no domingo dia 18 de abril , às 11 hs, no parque municipal Fazenda Lagoa do Nado, mais um evento da série "CLÁSSICOS NO PARQUE 2011", pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, a qual tem como diretor artístico e regente titular o maestro Fábio Mechetti .Considerada hoje, pouco menos de três ano após a sua criação , um dos melhores grupos sinfônicos do Brasil, a Orquestra é formada por 85 músicos de várias partes do país e do mundo, tendo já sido aplaudida por mais de 230 mil pessoas desde seu concerto inaugural e eleita pela Associação Paulista de Críticos de Artes-APCA o melhor grupo orquestral brasileiro em 2010.A Orquestra apresenta ao público as obras essenciais do repertório sinfônico , além de produções contemporâneas , com solistas de destaque no Brasil e no mundo.Realiza, ainda, duas séries no Palácio das Artes, turnês estaduais e nacionais, Concertos para a Juventude, Clássicos no Parque e Concertos Didáticos. Como ações de estímulo à música, a Orquestra promove o festival tinta fresca, para compositores brasileiros , e o Laboratório de Regência para jovens regentes brasileiros.
Sobre o Concerto
O evento foi regido pelo regente assistente da OFMG o maestro Marcos Arakaki vencedor do I Concurso Nacional Eleazar de Carvalho paras jovens regentes(2001) e o I Prêmio Camargo Guarnieri(2009), Mestre em Regência Orquestral pela Universidade de Massachusetts e que recentemente gravou, à frente da Orquestra Sinfônica Brasileira, a trilha sonora do filme "Nosso Lar", composta por Philip Glass.O regente inicialmente fez uma breve apresentação dos compositores e suas respectivas obras que seriam interpretadas :
1-Dmitri SHOSTAKOVICH(Rússia,1906-1975)
Abertura festiva, op 96 (19470[7 min]
2-Johann STRAUSS II (Áustria, 1825-1899)
Sangue Vienense, op 354 (1873)[7 min]
3-Zoltán KODÁLY (Hungria, 1882-1967)
Dança de Galánta(1933)[15 min]
4-Giuseppe VERDI (Itália, 1813-1901)
Nabucco: Abertura(1842)[8 min]
5-Piotr Ilych TCHAIKOVSKY (Rússia, 1840-1893)
O lago dos Cisnes: Valsa (1876)[7 min]
6-Carlos GOMES(Brasil, 1836-1896)
O Guarani: Protofonia(1870)[7min]
Apreciei muito o concerto e já conhecia alguns dos compositores , além disso, pouco antes do encerramento, o regente Marco Arakaki fez a apresentação dos integrantes da Filarmônica, aproveitando o momento para falar sobre as principais famílias de instrumentos musicais que compõem a Orquestra:
1-A primeira família são os instrumentos de cordas (violinos, viola de orquestra, violoncelos, contrabaixos e harpas);
2-a segunda família são os instrumentos de madeira (flautas, flautim, oboés, clarinetes, fagote);
3-a terceira família são os instrumentos de metal (tropas, trompetes, trombones, tuba);
4-a quarta família é formada pelos instrumentos de percursão (tímpano, xilofone, tambores, pratos, bumbos, piano)
No encerramento o regente fez com que o público participasse junto com a Orquestra batendo palmas como se fosse mais um instrumento da música, num momento de bastante irreverência e descontração, muito apreciado e aplaudido por todos os presentes.Logo após, despediu-se convidando a todos para a próxima apresentação da OFMG que será no domingo, dia 1 de maio de 2011 na Praça da Liberdade, centro da cidade, às 11 horas.

Fontes: folder , site www.filarmônica.art.br e pelo twiter.com/filarmonicamg