
É realmente deslumbrante o jardim botânico em Medellín, na Colômbia que foi repaginado em 2008 pela Plano B arquitectos. O orquideorama é uma malha de madeira estendida organicamente em estruturas modulares de "árvores flores" que se espalham pelo coração do jardim.
A construção de um orquideorama deve surgir da relação entre arquitetura e organismos vivos. Não deve diferenciar o natural do artificial quando não assumí-los como uma unidade que permite definir uma organização material, ambiental e espacial particulares.
Neste projeto o orgânico se entende em duas escalas, e cada uma delas permite definir diferentes aspectos do projeto: por um lado está a escala micro, que possui princípios de organização material e das estruturas da vida natural. Por outro, encontramos a escala das formas vivas externas e visuais que permitem uma aproximação de seus fenômenos ambientais e perceptivos.
Neste projeto a escala micro do orgânico, sua organização em leis e padrões geométricos flexíveis (um favo de mel, um tecido celular), permite definir a criação de um módulo em planta que é chamado de "flor-árbol", formado por sete hexágonos. Sua repetição permite definir o crescimento e expansão do projeto, um controle perimetral, a organização do programa e a geometria do terreno.
Vista interna do Orquideorama
A escala externa das configurações vistas, concretamente pensando em flores ou árvores, permite definir a percepção de um amplo bosque de jardim em sombra, além de um sistema estrutural de troncos ocos e pátios que permite exercer um controle moderado da temperatura, umidade e coleta de água.
O orquideorama foi construído do mesmo modo que uma flor se espalha pelo jardim: uma flor vai crescendo do lado de outra, até que um conjunto aberto de flores-árbol se forma.
Implantação do Orquideorama
Mais do que uma forma fechada, foi definido um sistema de agrupamento modular e crescimento flexível: projeto construído agrupa 10 flores-árvores, mas se comporta como um sistema em espera que pode crescer a qualquer momento ou ser replicado em outro lugar.
Substituindo a estrutura de caráter industrial existente, inserida em meio a um bosque nativo que faz parte do jardim botânico, o novo Orquideorama, como um jardim em maior escala, restitui a forma da vegetação faltante. Mais do que uma cobertura, se constrói uma superfície superior com as qualidades luminotécnicas e ambientais da vegetação.
A arquitetura industrial de muita luz e cobertura fechada se distancia do que deve ser um Orquideorama: A estrutura e apoios da nova construção que permite a entrada de luz a 21 metros funciona como pátios vegetais e animais que congrega o que é biológico ao esforço estrutural.
Processo de construção da Flor Árvore.
Projeto de uma flor-árvore
Estrutura de tronco oco; definida por seis colunas que formam um pátio e determinam a posição das redes elétrica e hidráulica.
Estrutura de pétalas - cobertura: construídos por meio de vigas metálicas ocas.
Coleta de água: cada pétala intercala coberturas de telhas translucidas de policarbonato com telhas metálicas opacas, as quais conduzem a água para uma calha que define o perímetro do interior do pátio, para logo chegar a terra por um sistema de escoamento que se confunde com a estrutura da árvore.
Cobertura do tronco oco: o hexágono central do módulo flor-ávore é coberto com tecidos sintéticos que protejem as plantas do impacto da chuva, granizo e dos raios solares diretos.
Forro - falso céu: feito de madeira de pinus imunizada proveniente de reflorestamento posicionada de forma a gerar uma trama translucida.
Solo: projetaram-se pavimentos triangulares de concreto, o que ajuda a manter a umidade necessária para as plantas tropicais poderem ter um desenvolvimento adequado.
Visão da Sala de Reuniões do Orquideorama
Fontes:
http://www.plataformaarquitectura.cl/2008/03/21/orquideorama-plan-b-arquitectos/
http://obviousmag.org/archives/2007/05/orquideorama_de.html
http://inhabitat.com/waxing-architectural-on-columbias-orquideorama/
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