sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pleasantville - A vida em preto e branco





A VIDA EM PRETO E BRANCO

Título Original: Pleasantville
País de Origem: EUA
Ano: 1998
Duração: 116min
Diretor: Gary Ross
Elenco: Tobey Maguire, Reese Witherspoon, Jeff Daniels, Joan Allen, William H. Macy, J.T. Walsh, Don Knotts, Marley Shelton, Jane Kaczmarek



Apesar de um enredo tanto quanto bobo no inicio do filme, Pleasantville possui um desenrolar belissimo, em especial pelos questionamentos que provoca. David (Tobey Maguire) e Jennifer (Reese Whiterspoon) são irmãos que começam a brigar pelo estranho controle remoto deixado pelo igualmente estranho técnico de televisão. Dessa maneira são transportados para o interior da serie Pleasantville, idolatrada por David, e odiada por sua irmã. Diretamente dos anos 90 , vão para a década de 50 em uma cidade "perfeita", onde o time de basquete jamais perde, os filhos são exemplos para a sociedade, os casais dormem em camas separadas, os bombeiros servem somente para resgatar gatos em árvores e as donas de casa tem sempre as refeições prontas e perfeitas para servirem a família. Tão "perfeita" que não existe sexo , nem capacidade individual de reflexão, nem liberdade de expressão e com a hipocrisia reinando. Uma cidadezinha machista, repleta de dogmas e tabus, que muitos aprendem a admirar pela mídia (como é o caso do próprio protagonista),sendo vista como paraíso , onde tudo é agradavel e perfeito, nos devidos moldes do sonho americano da época.

A partir do momento em que aquele excesso de equilíbrio recebe a figura dos irmãos, em especial de Jennifer, que mesmo com o pedido de seu irmão para que seguissem as "regras" da cidade, inicia uma saudável anarquia, expressando sua insatisfação com toda a situação. É a partir do sexo, instigado por ela que as mudanças começam. Ao comer o "fruto proibido", uma serie de atitudes sofrem mudanças entre os cidadãos da cidade, que em pouco tempo experimenta novas sensações características humanas como paixão, ciumes e medo. O paraíso já não existia mais, e com a descoberta dos prazeres e possibilidades o universo monocromatico, e estático, começa a ganhar cores vivas ao experimentar sentimentos e sensações humanas, contrastando os seres e ideias conservadoras ainda ali presentes.

Com o jogo de policromia X monocromia, e a insatisfação dos moradores ainda alienados com o antigo paradigma de cidade o filme critica nosso medo e dificuldade de aceitação com o novo e elogia a tolerância e liberdade, incentivando nos a pintar um pouco mais de cor nas nossas vidas rotineiras e pacatas.A vida em preto e branco foi indicado para o Oscar de trilha sonora, figurino e direção de arte.



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