domingo, 28 de agosto de 2011

Pequeno? Não, aconchegante.

Se você já sentiu certo sentimento de claustrofobia estando em seu apartamento, que você carinhosamente chama de “Caixinha de Fósforos”, deve imaginar o que sentiu Christian Schallert ao se deparar com o seu futuro lar de 24 m2 em Barcelona, ademais no estado em que se encontrava (fotos abaixo).

Para sair do aperto – literalmente – Schallert inspirou-se na forma como são dispostas as acomodações e o mobiliário em barcos e navios, em que há a necessidade de adaptar-se aos espaços limitados.

Em apenas 24 m2, Schallert estabeleceu, basicamente, uma cozinha, um banheiro, uma sala de estar, uma sala de refeições, um quarto e uma pequena área de lazer. No entanto, não podemos enquadrar rigorosamente a divisão de cômodos de acordo com os padrões vigentes, uma vez que o loft de Schallert transfigura-se, adequando-se às necessidades exigidas em cada tarefa, sem, necessariamente, configurar um espaço físico permanente.




Saindo de Barcelona e indo para Hong Kong, encontramos o arquiteto Gary Chang, que, tendo como princípio ideias semelhantes a Christian Schallert, construiu um apartamento em aproximadamente 32 m2 que se converte em 24 formas diferentes de ambientes.


Não cabe a essa postagem abrir um debate sobre os padrões construtivos em consonância com teorias relativas à superpopulação mundial. Todavia, os exemplos apresentados ilustram o conceito de contraposição entre usuário e morador de Hertzberger. Tanto Christian Schallert quanto Gary Chang evoluíram de um estado de passivos usuários para ativos moradores, pois empregam um certo grau de esforço e disciplina para adaptar o espaço para cada situação, de acordo com o tempo ou a necessidade. O morador, ao contrário do usuário, estabelece um maior senso de responsabilidade e afinidade com o espaço à sua volta, de modo a contribuir com o projeto do ambiente e, sobretudo, empreender um maior envolvimento no arranjo e no mobiliamento de uma área.

Em conclusão, as limitações de um projeto, sejam elas legislativas, físicas ou culturais, propiciam a inovação e a busca por novas técnicas construtivas, contrapondo-se ao senso comum e a padronização de modelos, presentes não só na arquitetura, mas em várias outras áreas criativas.


Via: UpdateorDie! e PlanetGreenLink

Um comentário:

Unknown disse...

Incrível o que pode ser feito com tão pouco espaço!foi tudo muito bem pensado e calculado, cada centímetro dos apartamentos teve fundamental importância.