Ruy Ohtake é um arquiteto reconhecido no cenário nacional e internacional, sua obra tem sido referência e motivo de estudos e análises para trabalhos de graduação e pós-graduação de estudantes brasileiros e europeus.
São suas características, a exuberância criativa, a vontade de inovar, acreditando na contemporaneidade, como fator artístico, arquitetônico e urbano.
Suas obras de particular exuberância me chamaram a atenção. Vale conferir todas elas no seu site http://www.ruyohtake.com.br
Mas não foi a exuberância que me levou a pensar nesse post, mas sim um projeto de conjunto habitacional em Heliópolis, local que já foi considerado a maior favela do Brasil, mas passou por um processo de urbanização e hoje é um bairro. O projeto partiu da idéia de um edificio circular e desenhados quatro apartamento por andar, de 49m², com dois dormitórios. A sala se abre na fachada com largura 6,50m e amplas visuais para fora. Uma só parede concentra as instalações hidráulicas.
Em entrevista, 16/09/2010, Ohtake explica como sua história começou a se entrelaçar com a comunidade http://www.youtube.com/watch?v=pnaB4J_-BR8
E foi essa entrevista e as fotos do projeto que me fizeram fazer a relação; um conjunto habitacional de design inovador e arrojado, em uma comunidade como Heliópolis, não seria como pensar na Villa Arpel sendo construída no bairro do Tio do menino do filme "Mon Oncle"?
Um edifício circular atende à população que irá habitá-lo?
Caímos na mesma discussão de sala de aula, o arquiteto deverá proporcionar com seus projetos apenas funcionalidade em moldes pré determinados? Ou nosso papel não seria quebrar essas barreiras e procurar a funcionalidade que existe em outros tipos de projeto? Não digo em criar novos moldes, mas sim uma liberdade de criação pensando não só na funcionalidade mas principalmente na usabilidade, ou seja uma facilidade do uso de um objeto físico criado para interagir com o ser humano.
Então, qual é o nosso papel?
Ainda estou aprendendo a descobrir...
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