Para sair do aperto – literalmente – Schallert inspirou-se na forma como são dispostas as acomodações e o mobiliário em barcos e navios, em que há a necessidade de adaptar-se aos espaços limitados.
Em apenas 24 m2, Schallert estabeleceu, basicamente, uma cozinha, um banheiro, uma sala de estar, uma sala de refeições, um quarto e uma pequena área de lazer. No entanto, não podemos enquadrar rigorosamente a divisão de cômodos de acordo com os padrões vigentes, uma vez que o loft de Schallert transfigura-se, adequando-se às necessidades exigidas em cada tarefa, sem, necessariamente, configurar um espaço físico permanente.
Não cabe a essa postagem abrir um debate sobre os padrões construtivos em consonância com teorias relativas à superpopulação mundial. Todavia, os exemplos apresentados ilustram o conceito de contraposição entre usuário e morador de Hertzberger. Tanto Christian Schallert quanto Gary Chang evoluíram de um estado de passivos usuários para ativos moradores, pois empregam um certo grau de esforço e disciplina para adaptar o espaço para cada situação, de acordo com o tempo ou a necessidade. O morador, ao contrário do usuário, estabelece um maior senso de responsabilidade e afinidade com o espaço à sua volta, de modo a contribuir com o projeto do ambiente e, sobretudo, empreender um maior envolvimento no arranjo e no mobiliamento de uma área.
Em conclusão, as limitações de um projeto, sejam elas legislativas, físicas ou culturais, propiciam a inovação e a busca por novas técnicas construtivas, contrapondo-se ao senso comum e a padronização de modelos, presentes não só na arquitetura, mas em várias outras áreas criativas.
Via: UpdateorDie! e PlanetGreen
Um comentário:
Incrível o que pode ser feito com tão pouco espaço!foi tudo muito bem pensado e calculado, cada centímetro dos apartamentos teve fundamental importância.
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