Mas de forma alguma a estranheza se projeta de maneira pejorativa. Antes o contrário, a estranheza produzida ao visitar Museu:observatório pela primeira vez conduz de forma dinâmica a um novo olhar em relação ao museu e seus espaços, sejam eles em seu interior, em seu exterior ou, até mesmo, a paisagem em seu entorno. Com isso, Eduardo Coimbra, através de três instalações (Natureza da Paisagem, Planos de Passagem e Visível Invisível), transforma o MAP em um observatório de si mesmo e do espaço que está ao seu derredor.
A Natureza da Paisagem, localizada no andar térreo do MAP, transmite a sensação de que há uma invasão sistemática da paisagem natural ao interior do museu, sendo representada pelas gramíneas que rompem os limites arquitetônicos estabelecidos. Tem-se então a impressão paradoxal de estar ao mesmo tempo dentro e fora do museu.
Em Planos de Passagem, no Mezanino do MAP, tem-se a disposição camaleônica de bancos e espelhos, que em determinados pontos de vista misturam-se com o espaço a qual estão inseridos, gerando certa confusão na distinção daquilo que é a arte em si e daquilo que é o museu e sua respectiva paisagem.
A instalação Visível Invisível é composta por fotografias que tendem a reproduzir a vista panorâmica das janelas do auditório. Todavia, ao invés de nos depararmos com a imagem óbvia do entorno do museu, temos a própria imagem do museu. É como se o museu olhasse para si mesmo, através de suas janelas, em um processo de estudo auto-reflexivo.
Recomendo a exposição Museu:observatório para aqueles que, assim como Eduardo Coimbra, têm "interesse pela investigação da paisagem e as inter-relações com a arquitetura."
Exposição: Museu:observatório
Projeto Arte Contemporânea 2011Local: Museu de Arte da Pampulha
Data: 15 de outubro a 4 de dezembro de 2011
Horário: terça a domingo das 9 às 19h
Entrada franca
Informações: (31) 3277-7946 / map@pbh.gov.br
Endereço: Av. Otacílio Negrão de Lima, Nº 16.585, Pampulha, Belo Horizonte
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