Um dos projetos mais ousados da atualidade: A cidade Masdar (em árabe significa recurso) está sendo construída em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Feita sob medida para 50mil moradores fixos e 40mil temporários (Turistas), Masdar ficará pronta até 2025, e trás como principal preocupação dos arquitetos e engenheiros a sustentabilidade...
As ruas foram projetadas para aproveitar os ventos do deserto, todas as construções serão equipadas com painéis para captação da luz solar (principal fonte de energia da cidade), uma engenhosa usina de energia de hidrogênio já está sendo instalada junto à usina de dessalinização da água.
Não será permitida a entrada de carros na cidade, todo o transporte será publico e elétrico!
Se não bastasse a "política verde", Masdar trás uma arquitetura rica e muito moderna, com muitas curvas e sem prédios muito altos.
O grande problema é que esse projeto é cercado por dúvidas e ironias... Como poderão os Sheiks árabes proclamar sustentabilidade, quando passaram os últimos 70 anos vendendo petróleo ao ocidente? E mais, como poderão falar em "marca verde" enquanto Masdar torra milhões em recursos naturais para ser levantada em meio ao nada? Haverá sustentabilidade em meio a tempestades de areia e calores escaldantes?
Pior ainda, Masdar não será como a magnífica Dubai? Vendida ao mundo como a cidade brilhante, das possibilidades, o parque de diversões dos adultos, que nada mais é do que uma ditadura religiosa, congelada na idade média...
Um comentário:
Oi Felipe, o post é interessante. No entanto, a doce ironia do final pode ser melhor problematizada. Não há também uma ironia em se praticar a idéia de sustentabilidade sob a égide de uma cidade nova, construída do nada? Não seria muito mais racional energeticamente adaptar cidades existentes? E haveria sustentabilidade possível em uma cidade construída no meio do deserto?
Gostaria que você lesse a reportagem linkada abaixo, sobre dubai, e complementasse comparativa e criticamente sua postagem.
Abraços,
Roberto
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-33/carta-de-dubai/rachaduras-no-paraiso
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