“Somente o tempo transforma uma casa num lar”, é o que nos diz o arquiteto e designer Guto Requena.
O que me faz chegar em uma teoria:
Quem ‘Usa’ tem uma casa, um objeto. Quem ‘Mora’ tem um lar.
Quem ‘Usa’ tem uma casa, um objeto. Quem ‘Mora’ tem um lar.
Analisando da maneira em que o usuário difere do morador quando o mesmo, passa a ter contribuição ao projeto, passar a ter envolvimento e responsábilidadecom a ocupação e vivência em sua moradia.
Tira-se dai o conceito de INTERAÇÃO entre: Morador-Edificção; Morador-Exterior; Morador-Interior. Conceito esse que nos dá uma abordagem mais dinâmica para com a arquitetura em si.
“A arquitetura não pode mais ser considerada estática e imutável” (Usman Haque)
Arquitetura não pode se tornar mecânica e formal, resultando em edificações que, embora atendendo às necessidades materiais dos indivíduos, são incapazes de despertar a sensibilidade profunda de quem as habita e de humanizar as próprias construções. A arquitetura não pode ser petrificada e sim maleável em relação aos seus moradores, para que não se limitem a ser usuarios.
INTERAÇÃO - Transmissão Circular de informações entre dois sistemas.
Se desejamos que os habitantes de um prédio se sintam como agentes e possam contribuir para sua organização, então seria interessante utilizar um sistema no qual as pessoas constroem seus espaços por meio de "diálogos" com o meio, por meio de conversações somos capazes de manter um relacionamento.
Dentro desse pensamento de "diálogos" entre as vertentes morador-moradia, o arquiteto Shigeru Ban adota maneiras como o uso de persianas metálicas perfuradas, divisórias que se movem sobre trilhos e portas de vidro permitindo que os moradores abram os seus apartamentos totalmente para o exterior, se assim desejarem. Essa indefinição entre o interior e o exterior é muito contrária à vida residêncial urbana, onde a maioria dos edifícios se esforçam para manter intrusos para fora através de tijolos e fachadas de vidro e barras de segurança. As obras de Shigeru são dinâmicas, mudando a cada dia, dependendo de cada habitante e do seu desejo de privacidade e abertura. Shigeru induz que o usuário se torne morador, pois em seus projetos o futuro habitante interage e opina sobre o desenvolver da formação da idéia.
De acordo com Hertzberger, a função do arquiteto é armar um espaço aconchegante e cômodo. Pensar no efeito que ele quer transmitir ao "espectador" e criar a forma e o espaço para isso. Dessa maneira, o arquiteto pode utilizar de várias ferramentas para obter um fator de atração sobre um determinado foco. Mudar a visão social do espaço.
Algumas das ferramentas que podem ser trabalhadas, estão diretamente ligadas aos sentidos humanos: tato, olfato, visão, audiçãoe até mesmo o paladar. São métodos de interação que conseguem dar sensações ao observador, tanto persuadindo quanto iludindo.
Utilizando a visão como uma ferramenta exaltante, o artista dinamarquês Olafur Eliasson quis reproduzir a experiência (dos sonhos!) de passear dentro de um arco-íris e criou essa instalação deslumbrante no Museu ARoS Aarhus Kunstmuseum na Dinamarca. A obra demorou 5 anos para ficar pronta e conta com um círculo 150 metros de comprimento e 3 metros de largura com um turnê de vidro num degradê de todas as cores do arco-íris, onde a intensidade das cores variam de acordo com a velocidade que você anda. Uma visão da cidade é diferente a cada cor, assim como o astral, o sentimento, causando sensações as pessoas que visitam o projeto.
O “Your Rainbow Panorama” cria um diálogo entre a arquitetura existente e reforça a vista da cidade. O projeto cria um espaço que virtualmente elimina as fronteiras entre o interior e o exterior; onde as pessoas ficam em dúvida se entraram em uma obra de arte ou em uma parte do museu.
É fácil perceber que um simples projeto consegue mudar e moldar a visão do ambiente e o foco dos espectadores no meio trabalhado, utilizando algumas das ferramentas que eu citei:
“ É sobre como desenvolver maneiras de tornar as pessoas mais engajadas e, no final das contas, mais responsáveis pelos espaços que habitam. É sobre como investir na produção de arquitetura com a poesia de seus habitantes.”
David Narvaez Meireles
http://www.farmrio.com.br/adoro/2011/09/05/dentro-do-arco-iris/
http://stellaarquitetura.blogspot.com/2009/09/shigeru-ban-de-usuario-morador.html
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/149/artigo26764-1.asp
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