Não diria que foi o local que mais gostei de visitar, uma vez que a palavra "gostar" não se encaixa com o contexto e as sensações ali vivenciadas. Mas, foi, no entanto, a experiência mais visceral de Inhotim. E, querendo eu ou não, as imagens ali transmitidas me marcaram de uma forma indescritivelmente incômoda.
Elementos diversos da Galeria Miguel Rio Branco foram responsáveis por tal sensação incômoda. A começar pelo pavilhão a qual se insere, onde, pelo menos seu exterior, foi construído utilizando-se aço corten, o que lhe agrega valores referentes à degradação, como se o pavilhão fosse uma imensa caixa enferrujada castigada pelo tempo.
Em seu interior, tem-se a exposição de um vasto material fotográfico e documentário do artista Miguel Rio Branco que retrata de uma forma impactante a realidade nua e crua a qual nos negamos a vivenciar. Seja através de cenas de prostitutas do Pelourinho, cenários urbanos decantes ou imagens que expõem personagens reais marcados pelo sofrimento e pela miséria da vida. A sensação de mal estar é intensificada por ecos de cantigas cantadas de uma forma fantasmagórica, pela iluminação que caracteriza o ambiente de uma maneira "árida" e, não sei se propositalmente, pela baixa temperatura que causa uma sensação de "frio na espinha".
Abaixo, um vídeo que mostra um pouco mais do trabalho de Miguel Rio Branco, apresentado no Museu de Imagem e Som em São Paulo.
Via: Inhotim.org e Arquitetosassociados
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