A exposição “Em volta dessas mesas, uma cidade” está aberta ao público desde o dia 25 de novembro de 2010 até novembro de 2011, das terças aos domingos das 10h às 17h e às quintas das 10h às 21h no MHAB, Museu de História Abílio Barreto, e aborda a relação da cidade mineira com os bares, desde o início de sua construção.
Desde sempre, os bares configuram-se como lugares abertos ao público, proporcionando diversas possibilidades e maneiras de aproximação entre as pessoas. Pontos para encontros de diversas naturezas, as pessoas interagem por meio de sentimentos variados, experiências sociais, diálogo, gestos, olhares e palavras, e cria-se um ambiente pessoal, mesmo que de forma diversa pelos os clientes.
Independentemente da época, sua funções ou direcionamentos não mudam, porém, cada bar possui características singulares, sejam eles traços arquitetônicos ou decorativos, o cardápio ou mesmo os estilos musicais. E são essas pequenas, mas relevantes diferenças que são capazes de influir na identidade de um bar e contribuir para a riqueza de identidades da “Capital dos Bares”.
Dessa forma, devido aos 12 mil bares e restaurantes presentes na área metropolitana e à importância de homenagear a capital por esta diversidade cultural, a exposição mostra os bares, cafés e botequins que marcaram presença na cidade desde sua inauguração, lugares que foram e ainda são simbólicos na capital e que se tornaram espaços de dispersão cultural e memória.
Além disso, a exposição revela a importância dos bares para a manutenção das múltiplas identidades através de documentos, recortes de jornais, imagens, textos e objetos da época que constituíram estes estabelecimentos.
Especificamente, a mostra dispõe de ambientes diversos e, entre eles, está o Túnel do Tempo, que leva o visitante a um passeio pelos primeiros bares da cidade e há também um mapa que indica a localização atual dos 12 mil bares em Belo Horizonte. Por todo o espaço, há entre os diversos objetos, mesas, cadeiras, coleção de garrafas de cervejas, cachaças e outras bebidas com marcas que não existem mais, e ainda, uma mesa de sinuca que pertenceu a Juscelino Kubitschek, dentre outras raridades.
O mais interessante, é que mais da metade do acervo da exposição foi adquirida com a participação dos próprios proprietários dos bares e de colecionadores e foi disposta de maneira extremamente criativa, criando um ambiente típico de bar, com balcões, bancos, garrafas, latas, baldes de gelo com as bebidas, sinuca, além das incríveis luminárias de garrafas de vinho e um lindo paredão imenso de copos de bar (os populares copos americanos) que climatizaram o espaço.
Sendo assim, para contribuir com a institucionalização dessa identidade, criou-se uma nova lei municipal que intitula Belo Horizonte a “Capital Mundial dos Botecos” e estabelece o “Dia Municipal dos Botecos”, a ser comemorado, anualmente, no terceiro sábado do mês de maio; já que desde a década de 70, vem sendo construído um discurso que define a capital como a “Cidade dos Bares”.
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