Acostumada com espetáculos de comédia,
“It” é uma peça totalmente diferente das que já assisti.
As personagens expõem reflexões acerca de diversas indagações que vêem e vão dentro do ser humano. Suas dificuldades, seus temores, suas preferências. Não importa passado ou futuro. O momento é.Nada além disso. Há reflexões como: não encarar a vida, e se esquivar para não chocar com a temida realidade;a dificuldade de aceitação do que realmente sou; a impossibilidade de vencer a morte; a acomodação, entre outros. Num diálogo alternado com o uso de uma linguagem usual e descolada aproximando-se da fala cotidiana. Também o cenário é bastante simples com poucos recursos sonoros e visuais, evidenciando as falas e expressões das atrizes. O interessante é que as personagens não dialogam sobre o mesmo discurso. Cada uma evidencia um discurso diferente. Um poema de Ferreira Gullar é citado na fala de uma delas...
Cantiga para não morrer
Quando você for se embora, moça branca como a neve, me leve.
Se acaso você não possa me carregar pela mão, menina branca de neve, me leve no coração.
Se no coração não possa por acaso me levar, moça de sonho e de neve, me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa por tanta coisa que leve já viva em seu pensamento, menina branca de neve, me leve no esquecimento.
Quando você for se embora, moça branca como a neve, me leve.
Se acaso você não possa me carregar pela mão, menina branca de neve, me leve no coração.
Se no coração não possa por acaso me levar, moça de sonho e de neve, me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa por tanta coisa que leve já viva em seu pensamento, menina branca de neve, me leve no esquecimento.
Apesar de algumas idéias apresentadas serem meio confusas, o texto é de fácil compreensão. É uma peça rápida, com menos de 01 hora. E prende totalmente a atenção do espectador.
Abaixo algumas fotos que eu, discretamente, tirei da peça.
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