terça-feira, 28 de junho de 2011

Edifício JK


Em 1952, durante o mandato de Juscelino Kubitschek, o arquiteto Oscar Niemeyer projetou o edifício JK, uma verdadeira cidade vertical. A obra foi concluída em 1963, porém, apenas em 1970 o edifício pôde ser habitado, e desde então minha avó passou a residir no mesmo. Assim, durante toda minha vida frequentei bastante este edifício.

Pensado para ser o maior edifício da América Latina, nasceu como uma tentativa de fazer com que a capital mineira entrasse no hall das cidades modernas. A proposta de Niemeyer,inspirado pela mais recente criação de Le Corbusier, a Unité d´Habitation de Marselha, na França, era um conjunto com duas torres interligadas por passarela e moradias para atender necessidades de diversas classes. Assim, o conjunto contaria com lojas, hotel, cinema, teatro, área de lazer e etc. Porém, o projeto foi concluído e várias partes do mesmo foram descartados ou modificados, e passou a ter instalações adaptadas para atender apenas a habitação e algumas lojas comerciais.



A proposta inicial multifuncional do edifício JK foi, para os anos cinquenta, bastante inovadora no cenário arquitetônico brasileiro. E ainda hoje, se diferencia bastante por ocupar duas quadras, havendo um edifício em cada uma delas, que causam um impacto visual bem interessante, já que existe uma diferença significativa de andares entres os dois. Há também, uma diversidade das plantas oferecidas nos edifícios, que vão de kitnets a apartamentos de três quartos. Os edifícios contam ainda com o charme dos janelões e do efeito criado pela repetição regular dos mesmos na fachada.


Há também uma grande área destinada à recreação, em que se encontram diversas quadras e brinquedos como gangorras, balanços, etc. E ainda, salões e grandes espaços onde festas são realizadas.

O complexo habitacional é composto por duas torres, o bloco A, localizado na rua Timbiras, possui 23 andares, 647 apartamentos e 76 metros de altura. E o bloco B, situado na rua Guajajaras, possui 36 andares, 439 apartamentos e 100 metros de altura. Para garantir o transporte das milhares de pessoas que frequentam diariamente o conjunto, a torre A conta com 10 elevadores e a B com 7.

Analisando a base de sustentação dos dois edifícios, dá a impressão de que tudo está no ar e nos deixa perplexos ao imaginarmos o peso que as colunas debaixo dos predios carregam.


Após muitos anos, o edifício envelheceu bastante e, desde setembro de 1996 passa pela maior reforma já realizada na América Latina. A mesma conta com a recuperação das fachadas do bloco A e do bloco B, substituição dos pisos, recuperação da pintura, melhoria na rede elétrica, entre outros.



Em entrevista ao Jornal Tribuna de Minas, Juscelino diz em 1952 :“O Conjunto caracterizará a silhueta da cidade e já se prediz que constituirá ele, na imprensa e na tradição oral, a ‘marca registrada de Belo Horizonte’, ou seja, o que é a Torre Eiffel para Paris ou o Rockfeller Center para Nova York”.

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